“A Igreja venerou sempre as Divinas Escrituras (Bíblia)
como venera o próprio Corpo do Senhor (Eucaristia),
não deixando jamais, sobretudo na Sagrada Liturgia,
de tomar e distribuir aos fiéis o pão da vida,
quer da mesa da Palavra de Deus quer da do Corpo de Cristo”
CONSTITUIÇÃO DOGMÁTICA DEI VERBUM
SOBRE A REVELAÇÃO DIVINA, 21
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23º DOMINGO DO TEMPO COMUM – 05.09.2010
1ª Leitura: Sabedoria 9, 13-18;
Salmo 89/90
2ª Leitura: Filêmon 9-10.12-17
Evangelho: Lucas 14, 25-33;
- Hoje faço breve comentário apenas do texto do evangelho –
No santo evangelho deste domingo Jesus fala para grandes multidões. Devemos perceber esta informação de Lucas: grandes multidões. Imaginamos este mar de povo, sedento de tudo, buscando sentido para suas vidas, diante do Senhor que fala. Com certeza cada palavra que saia da boca de Jesus era recebida e rapidamente interiorizada. Estão presentes os discípulos. Mas Jesus ensina ao povo e desse ensinamento deve cada discípulo tirar para si mesmo um novo aprendizado.
Neste texto aparecem as duras exigências que Jesus faz para quem quer ser seu seguidor. Exigências claras para quem quer optar pelo projeto de Jesus. São três exigências, que contemplam rompimento com o ego individual (a família e a cruz sobre as costas), com a importância em ter um foco, um sentido definido e bem planejado na vida (a construção da torre) e com uma sociedade onde deve predominar a paz a partir de mensageiros (o planejamento militar).
Jesus fala para multidões, mas a mensagem é dirigida a cada pessoa individualmente e por isso Lucas sublinha esta atitude de Jesus, que não fala para uma massa dispersa, mas a partir da massa fala para pessoas concretas. Vejamos no versículo 26: se alguém vem a mim... no v. 27 quem não carrega sua cruz... v. 28 qual de vós... v. 33 do mesmo modo, portanto, qualquer um de vós...
Falar para pessoas concretas, tocar no coração de cada uma, propor a elas individualmente que a mensagem do evangelho toque a sua vida, é o desafio homilético nesta sociedade do barulho, das diversões intermináveis, das distrações e do excesso de consumo, que tira sempre mais espaço transcendente do coração das pessoas. Jesus, mesmo diante de grande multidão cuida para evitar que cada pessoa tenha acesso à mensagem de salvação e de libertação em suas vidas.
Qual é mesmo a exigência que a Igreja (ou as igrejas cristãs) faz hoje para os cristãos? Batiza-se sem maiores exigências ou nenhuma. Dá-se os sacramentos como se fizesse despacho burocrático, onde é omitida e não requerida a vivência fundamental da fé cristã. Em muitos ritos sacramentais hoje não existe o devido espaço celebrativo da fé, onde o SENHOR é de fato o centro, a razão maior da celebração. Muitas vezes até sua própria PALAVRA está ausente em muitos ritos. Há um excesso de doutrina e uma ausência da PALAVRA. Naturalmente que sem a PALAVRA DE DEUS a fé não precisa ser vivida com qualquer exigência. Mas fica a pergunta: é a fé em Jesus como o Caminho, a Verdade e a Vida?
Jesus não nos dá uma fé “líquida”, descomprometida, nas nuvens, mas uma fé com um ETHOS bem definido e que se deve aplicar na forma de viver. Tomara que neste mês de setembro, onde na Igreja do Brasil somos convidados a “mergulhar” mais no divino oceano da PALAVRA, façamos de fato.
Oração:
Permita-me Senhor, que eu seja capaz de cumprir as exigências amorosas e não dolorosas que tu solicitas. Sei que sem o fogo o ferro não se dobra. Sei que sem a ascese a fé não é cristã. Sei que sem eu vencer a mim mesmo não ganharei a Ti, único Caminho, única Verdade e única Vida. Amém!
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