MISSÃO HOJE!

DESAFIOS DA MISSÃO 
AD GENTES

No latim ad gentes quer dizer “ir aos povos”. Na missiologia esta é uma conceituação muita usada e a Igreja sempre é novamente desafiada a renovar a mística da missão no seu interior. A Quinta Conferência Episcopal Latino-americana, realizada em Aparecida-SP, no ano de 2007, colocou a missão como tema central na vida da Igreja. A partir dali se fala muito da missão continental que a Igreja deve realizar. Aqui em Brasília, desde o dia 22 está acontecendo um Curso de Formação Missiológica para padres, no Centro Cultural Missionário, organismo da CNBB, a partir do texto do capítulo 4 de Lucas e que vai encerrar no dia 31 próximo.  Somos padres de vários estados: RS, SC, MS, SP, MG, GO, BA e PE.

Fica sempre mais claro que a Igreja ou é de fato missionária ou ela fica confusa e pobre na sua forma de ser e deixará de produzir muitos e bons frutos para o reino de Deus neste mundo. Ainda estamos presos a idéias e estruturas de uma igreja de cristandade e que tal modelo não responde mais ao mundo e a cultura moderna atual.  


O Documento de Aparecida tem muitas e ótimas pistas sobre a nova metodologia que a Igreja deverá adotar na sua prática institucional (Ad Intra) e pastoral (Ad Extra), especialmente na aquisição de uma nova metodologia, buscando ser de fato uma Igreja de presença, solidária, próxima das pessoas e de suas esperanças.

O Pe. Sávio Corinaldesi.sx, é o atual diretor da Pontifícia União Missionária, que cuida da formação missionária do clero, deixou alguns dados que fazem pensar seriamente:

- 70% da humanidade hoje não conhece a Cristo e nem ouviu ser pronunciado o seus santo nome;

- A humanidade atual tem enorme sede de Deus, mas falta mais gente devidamente preparada para anunciar e testemunhar o evangelho;

- Hoje somos apenas 30% os cristãos no mundo e desses somente 3% praticam de fato a fé cristã, sendo 27% cristãos apenas culturais e por isso não praticantes da fé em Jesus Cristo;

- O Brasil é o maior país católico do mundo. Mas está com alta dívida com a missão ad gentes. Ele não chega a enviar 2% do seu clero para as regiões do globo onde não tem quem anuncie a Cristo. Envia menos de 4% das religiosas, sendo essas o maior grupo religioso no país.

- A Igreja precisa ser mais anunciadora da vida e advogada das causas e dos direitos dos pobres, das minorias, das vítimas, correndo o risco em não fazer isso, de perder a autoridade dentro da sociedade moderna;

- Os próprios evangelizadores precisam de conversão para que façam com que o anúncio do evangelho e o testemunho da fé cristã seja atrativo, entusiasmador e  gerador de comunidades vivas e comprometidas com a vida.

- Pe. Sávio aconselhou que nós padres devêssemos jogar a chave do carro fora e nos colocar mais a pé pelas ruas, praças, periferias, tendo maior proximidade com as pessoas, também junto aos cenários de vida e trabalho do próprio povo. Deveríamos passar de uma prática que espera o povo na igreja para um ir ao encontro do povo em suas múltiplas realidades. Oremos!