Chegou o não tão esperado inverno deste ano. Para mim é fantástico, pois adoro este tempo de muito frio. Chego até mesmo a sentar no final da tarde em pleno "céu aberto" para curtir as entradas das primeiras ondas de frio da noite com um bom chimarrão quente e obviamente devidamente agasalhado.
Viemos de um lugar quente, o útero, e por isso não nos atrai tanto o frio. Mas a mãe natureza sábia nos dá alguns meses de frio, que têm muitas e importantes funções terapêuticas e uma delas para nos ajudar em nosso próprio equilíbrio psíquico e espiritual. Afinal, o tempo frio nos remete de certa forma mais para dentro de nós mesmos e fazer essa viagem é fundamental, mesmo que seja só de vez em quando.
Pena que muitos povos, pela posição geográfica onde se encontram não tem acesso ao gostoso inverno. Mas também é pena quando nas regiões frias os que se encontram na pobreza precisam pagar tão caro por ele, muitos até com a própria vida. Aqui no sul aumentam as internações de crianças e idosos e obviamente também os óbitos, mais dos pobres. Falta agasalho para o corpo dos pobres já que a alma de muitos vive demasiadamente agasalhada - fechada - e incapaz de partilhar até mesmo de um velho cobertor.
Gosto do inverno, é tempo em que trabalho mais e melhor e pragmaticamente "aumento a produção" considerando nosso esquema mecânico de atuar e pensar. Mas é neste friozinho que temos momentos de aconchego com as pessoas mais próximas em torno de um bom chimarrão, de uma saudável taça de vinho tinto, de uma deliciosa sopa, de um estar em torno de um aquecedor e se possível com um confortável poncho. Que venha o inverno, pois os amigos mais ternos e próximos não faltam!
O pior inverno é aquele que deixa
a própria alma
a própria alma
no escuro e na frieza
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