Hoje celebramos o primeiro mês que o Bom Deus levou nosso querido Pe. Pedro à sua Casa. Ontem várias pessoas amigas marcaram presença na santa missa de 30 Dias na Capela da Palavra aqui no Vale de Nazaré.
Durante este mês sou testemunha de quantas orações, moções de condolências e apoio material chegaram à nossa Fraternidade. Pe. Pedro, do seu jeito, evangelizou e nos deixou um testemunho pastoral diferente e tão urgente nos tempos atuais: Evangelizar através da presença fraterna e pacífica. Ele não precisou dos tantos programas pastorais, estratégias, discursos, grandes homiléticas, etc, para fazer com que Deus fosse percebido. Para mim é algo que ainda preciso digerir melhor a dimensão testemunhal do Pe. Pedro. Numa Igreja que hoje pede um apostolado a ser feito de “corpo a corpo” com o povo de Deus (Conferência de Aparecida), Pe. Pedro soube ser discípulo fiel à sua Igreja neste sentido há muitos anos. Ele foi um missionário moderno e bem original.
Infelizmente tomou conta da Igreja um pragmatismo estéril. Afinal, presenciamos o esvaziamento de muitos espaços da Igreja e a ausência sempre maior da juventude e dos pobres. A Igreja já não é há muito tempo a casa de todos (Comblin). Então Pe. Pedro fez o inverso: Procurou sempre ir à casa de todos, especialmente das pessoas mais simples e sem maiores “expressões pastorais e sociais”.
Nas suas exéquias vimos pessoas de todas as condições sociais, mas especialmente muitos pobres, pessoas que vivem na rua, bêbados, irmãos pentecostais, gente humilde e que jamais iriam ocupar um lugar de destaque em nossas complicadas atividades pastoral. Ontem aqui tínhamos humildes velhinhas à dama da sociedade. Diante do féretro, silenciosamente e reverencialmente os simples pareciam dizer:
“Obrigado querido irmão!
Vamos sentir muita falta de você.
Você teve tempo para nós e nos olhava
quando conosco falava sem pressa”
Como Jesus, ele foi presença antes de ser um “programa ou uma estratégia”. Infelizmente em nossa Fraternidade não soubemos interpretar com profundidade este agir evangelizador do Pe. Pedro. Obviamente que nós somos tomados até o pescoço pelo invencível pragmatismo, temos dificuldade para entender a gratuidade e o “perder tempo” com o povo, especialmente os mais simples dentre o povo.
Obrigado Pedro, amado irmão! Perdão, se fomos “cegos” para entender o teu jeito tão próximo do jeito de Jesus: evangelizar primeiro a partir da presença gratuita e fraterna. QUE TEU TESTEMUNHO SEJA AGORA UM DESAFIO A SER ASSIMILADO PELA NOSSA PEQUENA FRATERNIDADE. Amém!
Nenhum comentário:
Postar um comentário