“Só existem dois dias no ano

que nada pode ser feito:

Um se chama ontem

e o outro se chama amanhã.

Portanto, hoje é o dia certo para amar,

acreditar, fazer e principalmente viver”

Dalai Lama

sábado, 30 de janeiro de 2010

LITURGIA E VIDA REINOCÊNTRICA







PARA UMA ESPIRITUALIDADE QUE NÃO SEJA APENAS "ÁGUA MORNA" - 05


Leituras bíblicas do IV Domingo do Tempo Comum

1ª Leitura de Jeremias 1,4-5.17-19
Salmo 70
2ª Leitura de 1º Coríntios 12,31-13,13 ou 13, 4-13
Evangelho de Lucas 4, 21-30

Jeremias é profeta “forçadamente”.
É perigoso quando alguém por si mesmo se faz de profeta e se auto-intitula  profeta. O profetismo bíblico tem origem e condução divinas. Sabemos das várias resistências de Jeremias e de tantos outros profetas para escaparem do chamado e do envio de Deus. Mas não tem jeito: Quando Deus chama, mesmo o diabo com todas as suas artimanhas, não consegue interromper o chamado divino.

Neste texto Jeremias toma consciência da beleza e da dureza em ser profeta de Deus. Antes de nascer já estava escalado para a missão profética. Isso a mentalidade mecanicista da cultura atual jamais poderá comprender. A convocação para ser profeta vem de Deus pela sua própria Palavra. Jeremias escuta a Palavra e a interioriza e ela gera nele um movimento interior que o leva à missão. A Palavra quando é devidamente pregada e devidamente escutada, levará necesariamente à missão, ao engajamento profético. Jeremias interioriza de tal forma a Palavra de Deus que ele mesmo se torna “Palavra Ambulante”. Isso se dá a partir do versículo 17;

Paulo escreve uma das mais belas páginas bíblicas.
Este hino ao amor foi por tantas e vezes cantado, rezado, poetizado, encenado e interiorizado pelos cristãos nesses dois mil anos de cristianismo. Por fim, é preciso que convençemo-nos de que o amor é de fato a força maior, o remédio maior, a beleza maior, a grandeza maior, enfim: O AMOR É TUDO ACIMA DE TUDO.

Para compreendermos o sentido mais pleno do evangelho de hoje, precisamos ver a meditação do último domingo, pois este texto é continuidade do anterior, mesmo sabendo que pode não ser originalmente de Lucas. Veja nos arquiVos deste Blog o dia 23.01. Na linha do profetismo bíblico, Jesús é também rejeitado em sua própria terra. Os seus, de coração endurecido não acolhem sua mensagem de salvação e libertação. Sabe-se como é difícil acreditar nas lideranças que se despertam em meio a sua própria gente. JesUs passou pela experiência de um aparente “fracasso” em Nazaré. Isso nos ajuda a entender que independente dos nossos esforços humanos, o processo libertador está nas mãos do Pai. Ele sempre conduz, mesmo que no plano humano sentimos fracasados.

Jesus responde à incredulidade dos seus conterrâneos  citando a eles os profetas Elias e Eliseu do primitivo Israel. O profeta está inserido numa linha de tempo. Ele apenas dá continuidade a uma mensagem que já vem de tempos passados. Cita que o profeta precisa estar atento ao mundo dos pobres, pois  Deus sempre está. Podemos ainda meditar nas diferentes categorías sociais que aparecem no texto lucano:
-          Jesús, o profeta por excelencia;
-          José – O carpinteiro;
-          O Médico;
-          Os Profetas;
-          A Viúva;
-          Os Leprosos;
-          Naamã, o sírio (ou o pagão)

Conforme Jesus, o Profeta de Deus ia trazendo aos ouvidos de uma morna e acomodada assembléia essas categorias sociais, foi elevando a temperatura da mesma até fazer uma ruptura com Jesus. Isso sim, RUPTURA, é um dos principias problemas do nosso tempo. Há uma grande RUPTURA com a mensagem profética e libertadora da fé nos tempos atuais. Ajuda-nos ó Deus, a não deixar morrer em nós a tua profecia. Amém!


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